Casa da Sorte: o lar cheio de identidade de Rita Batista

Essa história faz parte de uma jornada que sempre sonhamos em fazer. Com o projeto Histórias Brasil Adentro, estamos finalmente na estrada, percorrendo as cinco regiões do país para descobrir e celebrar os múltiplos jeitos de morar que só o Brasil tem. Cada matéria desta série é uma parada em busca de casas com alma, que falam sobre pertencimento, memória e identidade. Seja bem-vindo à nossa viagem!

Absolutamente soteropolitana, absurdamente baiana: assim se define Rita Batista. O Brasil inteiro a conhece como jornalista e apresentadora de televisão, acostumado a assisti-la sentado no sofá de casa. Então, imagina só o privilégio de inverter os papéis, visitando a casa de Rita e conhecendo-a a partir de uma perspectiva tão íntima?

Nascida e criada em Salvador, ela se diz completamente apaixonada pela cidade e lembra com carinho de cada bairro onde já morou: Periperi, Brotas e, por fim, a região central. Mas a sua história com a casa onde vive atualmente com o filho Martin começou em meados da pandemia, quando, durante o lockdown, Rita passou a achar o antigo apartamento pequeno demais para a família. A ideia de morar em uma casa se tornou irresistível e a fazia lembrar do lar de sua infância, onde viveu até os 13 anos.

A casa de Rita Batista respira identidade e expressão: tacos de madeira, arquitetura original e expressão soteropolitana
A casa de Rita Batista respira identidade e expressão: tacos de madeira, arquitetura original e expressão soteropolitana
A casa de Rita Batista respira identidade e expressão: tacos de madeira, arquitetura original e expressão soteropolitana

Dito e feito: em pouco tempo, ela encontrou o lugar perfeito. Quem visita sua casa percebe o encontro feliz entre Rita e o imóvel de 75 anos que, hoje, graças ao seu olhar cuidadoso, ainda conserva a beleza da arquitetura original. Para completar, tudo fica mais interessante com a decoração de Rita, sem medo de unir fotografias e peças contemporâneas a móveis antigos e itens de garimpo.

Entre os cuidados que teve com o lar quando chegou, Rita se lembra da restauração dos tacos de madeira. O que antes era um borrão preto revelou mosaicos e nuances de cores. Já o azulejo da cozinha nunca foi trocado — “e não será”, ela reforça. No banheiro principal, foi feita uma reforma para recuperar as características originais, já que o ambiente havia passado por alterações anteriores.

A casa de Rita Batista respira identidade e expressão: tacos de madeira, arquitetura original e expressão soteropolitana
A casa de Rita Batista respira identidade e expressão: tacos de madeira, arquitetura original e expressão soteropolitana
A casa de Rita Batista respira identidade e expressão: tacos de madeira, arquitetura original e expressão soteropolitana
A casa de Rita Batista respira identidade e expressão: tacos de madeira, arquitetura original e expressão soteropolitana
Casa da Sorte: o lar cheio de identidade de Rita Batista

Na sala, havia uma parede de drywall que Rita fez questão de tirar, pois queria mais amplitude. Para o ambiente do jantar, ela encomendou uma mesa grande de mármore, para 8 pessoas: “Eu queria essa mesa onde todo mundo se olhasse, conversasse, se alimentasse, tomasse um lanche, um suco, um chá, um café… para ser um momento de congraçamento.”

“Minha amiga maravilhosa, a fotógrafa Amanda Tropicana, fez as duas fotografias grandes que têm na sala e que dizem muito sobre mim: uma mulher vestida com roupas sacerdotais olhando para o mar e um homem levando um presente no dia 2 de fevereiro, em alto-mar”, Rita explica. Na casa, há ainda outros objetos que também contam sua história, como a coleção de figas, todas adquiridas ao longo da vida, compradas ou recebidas de presente; a cristaleira, que além de taças, guarda compoteiras de sua avó; e a coleção de vidros de farmácia no banheiro, que remete ao avô de Rita. “O pai de minha mãe era prático em farmácia, botânico. Eu fui criada nesse ambiente de laboratório, então os vidros me trazem memórias afetivas das melhores: os cheiros, as misturas, o béquer, os nomes das substâncias… então fui colecionando. Alguns de fato foram da farmácia dele, e outros fui adquirindo com o tempo”.

A casa de Rita Batista respira identidade e expressão: tacos de madeira, arquitetura original e expressão soteropolitana
A casa de Rita Batista respira identidade e expressão: tacos de madeira, arquitetura original e expressão soteropolitana
A casa de Rita Batista respira identidade e expressão: tacos de madeira, arquitetura original e expressão soteropolitana
A casa de Rita Batista respira identidade e expressão: tacos de madeira, arquitetura original e expressão soteropolitana
A casa de Rita Batista respira identidade e expressão: tacos de madeira, arquitetura original e expressão soteropolitana
A casa de Rita Batista respira identidade e expressão: tacos de madeira, arquitetura original e expressão soteropolitana
A casa de Rita Batista respira identidade e expressão: tacos de madeira, arquitetura original e expressão soteropolitana
A casa de Rita Batista respira identidade e expressão: tacos de madeira, arquitetura original e expressão soteropolitana
A casa de Rita Batista respira identidade e expressão: tacos de madeira, arquitetura original e expressão soteropolitana
A casa de Rita Batista respira identidade e expressão: tacos de madeira, arquitetura original e expressão soteropolitana

“Eu adoro a sala, mas gosto mesmo é da janela de onde vejo os pés de alfazema. Quando estava montando a casa, eu sentava ali na janela. Martin, meu filho, também adora sentar ali. Ficávamos olhando o céu, os insetos, as borboletas e os pés de alfazema“, lembra. Mesmo que ali vivam apenas ela e o filho, a jornalista valoriza muito os momentos de casa cheia e ama receber.

Em cada canto, a decoração se expressa também por meio das palavras, impressas nas paredes, quadros e almofadas. A explicação é simples: “A palavra é minha arma e meu escudo”, Rita diz. As mensagens espalhadas pelos espaços falam sobre amor, expressão e sorte, ora como mantra, ora como boas-vindas, sempre como um abraço que avisa a quem entra que se está chegando em uma casa com sentimento e história.

A casa de Rita Batista respira identidade e expressão: tacos de madeira, arquitetura original e expressão soteropolitana
A casa de Rita Batista respira identidade e expressão: tacos de madeira, arquitetura original e expressão soteropolitana
A casa de Rita Batista respira identidade e expressão: tacos de madeira, arquitetura original e expressão soteropolitana
A casa de Rita Batista respira identidade e expressão: tacos de madeira, arquitetura original e expressão soteropolitana
A casa de Rita Batista respira identidade e expressão: tacos de madeira, arquitetura original e expressão soteropolitana
A casa de Rita Batista respira identidade e expressão: tacos de madeira, arquitetura original e expressão soteropolitana

“Essa casa tem muita sinergia. Por isso ela é batizada de ‘Casa da Sorte’: porque foi uma sorte encontrá-la na pandemia, naquele momento crítico do mundo, e ter podido comprá-la, ter esse espaço para congregar os meus — família, amigos, pessoas que vêm. Como eu disse, esse relicário da minha vida… é um verdadeiro tesouro.”

O que fazer em Salvador, por Rita Batista

Uma lista preciosa com as recomendações da jornalista: “Visitar as lojas de antiguidade na Rua Ruy Barbosa, no Centro; ir ao cinema no Glauber Rocha, lá em cima, ver o mar, ver o sol, ver a mão do poeta. Subir e descer o Elevador Lacerda, que não é panorâmico, primeiro ascensor das Américas. Tomar um cravinho lá no Bar do Cravinho. Ir na Alaíde do Feijão, comer uma feijoada. E ir em Negra Jhô, trançar o cabelo”.

Texto por Yasmin Toledo | Coordenação de pauta por Paula Passini e Dora Campanella | Fotos por Leila Viegas

Produção e Direção Criativa por Bruna Lourenço e Paula Passini

O post Casa da Sorte: o lar cheio de identidade de Rita Batista apareceu primeiro em Histórias de Casa.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Rolar para cima