Se você tivesse crescido em Recife e hoje morasse em São Paulo, como gostaria que fosse o clima da sua casa? Para o Felipe e a Cacau, a resposta foi clara: eles queriam um lar com alma de sítio de praia, mesmo em meio à cidade. Um espaço que mistura a atmosfera acolhedora de casa de vó, peças de artistas conterrâneos e detalhes que guardam memórias afetivas. Tudo isso costurado pela personalidade do casal, com suas histórias e bagagens.
Eles já tinham em mente que garimpar uma casa para alugar com esse potencial seria difícil, afinal, São Paulo não facilita. Mas o improvável aconteceu: eles se apaixonaram pelo primeiro imóvel que visitaram. Até então, tudo parece bom demais pra ser verdade… mas é aqui que entra um detalhe não tão especial: apesar do potencial, a casa estava toda adaptada como ponto comercial e, para voltar a ser um lar, precisaria passar por uma reforma geral!
“Precisamos de quase 3 meses para pintar tudo, restaurar peças antigas que não estavam em uso, reformar calhas, rufos, tacos do piso, jardim, abrir janela na cozinha, reformar banheiro, sem falar na iluminação”, conta Felipe.

Mas o esforço valeu a pena: eles contaram com a ajuda da amiga Guta Virtuoso para decorar e, no fim, a casa ganhou tesouros como móveis de uma antiga casa de campo guardados pela mãe de Felipe e quadros de grandes artistas nordestinos, como Ariano Suassuna, Manoel Cláudio e Lula Cardoso Ayres, entre outras peças.
As cores também tiveram papel essencial nessa reconstrução de identidade. Inspirados pela viagem à Ilha do Ferro, o casal decidiu que a casa seria vibrante e cheia de vida. Foi aí que a Suvinil entrou em cena. Em um primeiro momento, o casal pintou alguns cantinhos da casa, mas recentemente decidiram deixar tudo ainda mais colorido:
A cozinha, considerada o coração da casa e espaço preferido de Cacau, ganhou mais alegria e otimismo com a pintura do teto na cor Quentão. Cacau conta que é através da comida, respeitando as etapas do processo culinário, que se sente presente e feliz; é também através de seus pratos que se aproxima das pessoas que ama. Para um ambiente com tanto significado, “quanto mais amarelo melhor”, ela brinca.
Antes e Depois
* Mova as setinhas nas fotos para a direita e para a esquerda para conseguir comparar as 2 versões










No quintal, ponto de encontro dos amigos e lugar de respiro, as paredes receberam a cor Terra Roxa, criando um clima acolhedor e sofisticado em harmonia com o piso de caquinho. Para o casal, esse espaço sempre foi simbólico: “Nosso desejo de sair do apartamento para uma casa sempre foi muito ligado a isso: ter um espaço ao ar livre, curtir mais o sol e estar em contato com a natureza sem sair de casa”, contam. Bem ao centro da parede pintada, o painel em cerâmica do artista Giu Calife ganhou um lugar especial.
Antes e Depois
* Mova as setinhas nas fotos para a direita e para a esquerda para conseguir comparar as 2 versões












Como o quarto do casal já havia sido pintado (aliás, com a cor Azul Etéreo, também da Suvinil), eles aproveitaram a transformação para colorir também o quarto dos hóspedes. Afinal, os dois têm família e amigos em Recife, e é comum a casa ter visitantes — às vezes até mais de quatro pessoas no mês. A pintura escolhida trouxe frescor, aconchego e diversão de uma forma leve: o armário embutido de madeira recebeu a cor Sodalita, um azul forte e cheio de presença, enquanto o teto foi pintado com listras na cor Erva-mate.


“A gente ama quando a decoração conta nossa história… quando cada cantinho revela quem somos e tudo o que vivemos. Minimalismo não é muito a nossa praia, preferimos aconchego, cor e vida!”, conta o casal. No fim, a casa se tornou um retrato vivo das histórias que eles escolheram cultivar longe de Recife, mas sempre com as raízes presentes. Uma prova de que morar vai muito além de ocupar um espaço: é imprimir nele quem somos e o que desejamos sentir.
Texto por Yasmin Toledo | Fotos por Leila Viegas
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